domingo, 15 de junho de 2025

Eles são indispensáveis… até a gente lembrar que não são

 



Os homens são indispensáveis — foi o que me ensinaram. Que eu precisava de um ao meu lado pra ser completa, pra ser respeitada, pra ser alguém. Cresci ouvindo que um bom homem é um prêmio, e que ficar sozinha é um sinal de fracasso.


Mas acontece que, enquanto eles eram ensinados a mandar, eu aprendi a fazer. A resolver. A entender. E, no meio do caminho, descobri que saber cuidar de mim não é frieza, é liberdade. Que saber dizer não não é arrogância, é filtro. Que saber ficar só não é tristeza, é autonomia.


As mulheres se tornaram autossuficientes não porque odeiam os homens, mas porque cansaram de depender deles pra existir. A gente dirige, banca a casa, levanta filho, paga conta, toma decisões, sofre e continua linda. E quando a gente escolhe um homem, é escolha mesmo — não mais necessidade.


Eles ainda são bem-vindos. Mas só se entenderem que não são mais o centro, nem o norte. São companhia, não salvação. Parceiros, não donos. Desejo, não destino.


Porque a verdade é uma só:

eles continuam achando que são indispensáveis. E a gente, cada vez mais, aprendendo a viver sem acreditar nisso.


E o mais curioso de tudo isso é observar como, nesse processo de autonomia feminina, os homens começaram a ocupar o papel que tanto desprezaram nas mulheres.


Hoje eles se emocionam rápido, se apaixonam em três mensagens, pedem atenção como se fosse obrigação e adoecem de ciúmes por qualquer olhar. Muitos estão mais carentes do que presentes, mais exigentes do que empáticos. Querem exclusividade, mas não oferecem profundidade. Querem ser prioridade, mas somem na primeira contradição.


Enquanto as mulheres aprendem a tomar iniciativa, pagar o próprio jantar e não aceitar migalhas, muitos homens têm vivido num looping de expectativa frustrada — esperando uma mulher que cuide, compreenda, aceite e, de preferência, não questione. A mãe 2.0 disfarçada de namorada.


Estão fazendo o papel de mulher? Não. Estão fazendo o papel que diziam desprezar: o de quem não sabe se sustentar emocionalmente e espera ser salvo por alguém mais forte.


Só que agora o mais forte somos nós.


E o problema não é o homem sensível, vulnerável, que se expressa. O problema é o homem emocionalmente frágil que exige sem oferecer, cobra sem dar conta, e se ofende com a firmeza de uma mulher que não se curva.


No fim das contas, os homens não estão apenas se tornando “iguais” às mulheres. Estão se tornando aquilo que sempre julgaram fraco, enquanto a gente se transforma naquilo que eles nunca foram treinados pra lidar: independentes, diretas e inteiras.


sábado, 14 de junho de 2025

Rotina de uma quase deusa, cansada


 Acordo todo dia às 05h da manhã, não porque sou uma monja iluminada, mas porque o mundo decidiu que produtividade começa antes do sol nascer. Medito por meia hora, tentando não pensar em boletos, problemas familiares, falta de dinheiro e o futuro do planeta. Falho miseravelmente, claro.

A outra meia hora é dedicada ao planejamento do meu dia. Uma folha cheia de metas nobres e listas coloridas que, sinceramente, já sei que não vão se cumprir. Mas sigo fingindo que controlo minha vida — é o que temos.


Às 06h levanto, passo meu skincare como se minha cara de sono tivesse salvação e às 06h30 o café tá pronto. Tomo banho como uma heroína cansada e tomo meu café vendo desenho animado, porque a realidade já é animada demais pro meu gosto.


Depois, levo minha cria no ponto de ônibus com cara de mãe plena, mas por dentro já pensando em desistir de tudo. Às 08h desço pra academia — meu palco, meu templo, meu momento com as marombeiras que agora são minhas best. Falo, treino, rio, reclamo, treino de novo. Uma hora e meia fingindo que tô só pela hipertrofia, mas na real tô ali pra socializar e fugir da rotina.


Volto pra casa às 10h, com uma fome que não respeita dieta. Como o que tiver — se der tempo, mastigo. Verifico as mensagens mais importantes, finjo que sou uma influencer ocupada, escrevo pro blog com uma sinceridade que beira o crime… e depois? Se tem algum trampo, faço. Se não tem? Desenho de novo.


Às 11h encaro a farsa chamada “almoço saudável” e às 12h pego a gata no ponto. Almoçamos como se a vida fosse leve, e depois me dou o luxo de ver o novo vídeo do canal do Mano Joselino, que fala mais verdades que muito coach por aí. A tarde começa com gratidão, banho nos dogs, hortaliças vivas e a casa que eu só arrumo depois do almoço porque minha manhã já é uma novela mexicana.


Das 14h às 16h estudo com tédio,e presto serviço a um velho insuportável, mas é a renda que me cabe atualmente, então abri um sorriso e só continuo, porque a motivação foi comprar pão e nunca mais voltou. Depois disso, estudo mais um pouco com a filha, brinco, perco no jogo da dama, rio pra não chorar.


Às 17h já tô preparando o jantar, me enfiando no banho, e me jogando no sofá pra ver meus programas favoritos: Largados e Pelados, Geordie Shore, e CatFit — porque nada como ver gente surtando na TV pra lembrar que minha vida até que tá sob controle.


Janto. E vou dormir cedo. Porque a deusa aqui acorda cedo também.

E assim se repete, há 5 meses, a rotina da quase deusa cansada, disciplinada, mas entediada.

Se não mudar logo, eu mudo. De planeta.


quarta-feira, 11 de junho de 2025

Entre a urgência e a esperança SUS




 O colapso do SUS não é uma exceção, é o cenário constante em muitas regiões do Brasil — e no Nordeste, isso se intensifica. Quem depende do sistema por aqui já entendeu que esperar é rotina. Consultas marcadas pra meses depois, exames que viram promessa e cirurgias que parecem nunca chegar. Enquanto isso, a dor continua, a ansiedade corrói e o corpo segue ignorado pelo Estado.


Mesmo com tudo isso, ainda é o SUS que acolhe quando ninguém mais acolhe. Ainda é o posto de saúde que abre as portas pra quem não tem convênio. Ainda é o hospital público que salva vidas quando a única alternativa seria morrer esperando.


A gente só lembra do SUS quando precisa. Quando o corpo falha, quando a dor aperta, quando a vida exige urgência. Mas por trás da espera nas filas, dos corredores lotados e dos atendimentos que às vezes frustram, existe um sistema que ainda é um dos maiores feitos do Brasil.


Criado para ser universal, gratuito e igualitário, o SUS carrega um sonho coletivo: o de que saúde é direito, não privilégio. Quem já precisou de uma ambulância, de uma vacina, de um atendimento médico sem ter um real no bolso, sabe o que isso significa. O SUS está em todos os lugares: no posto da esquina, no hospital universitário, na campanha de vacinação em massa, no remédio que chega de graça na farmácia.


Mas não dá pra romantizar. Quem vive a rotina do SUS – pacientes e profissionais – também vive o colapso. Falta estrutura, falta respeito, falta gestão. Médicos exaustos, profissionais mal pagos, sistemas travados, desorganização que adoece mais do que cura. E o povo, como sempre, é quem paga a conta da negligência pública.


Ainda assim, resistimos. Porque o SUS é resistência. É o que sobra quando tudo falta. É onde o Brasil mostra que sabe cuidar, mesmo com pouco. Só que o pouco não pode ser normalizado. A gente merece mais do que o mínimo. O SUS merece mais do que sobrevive.



Pontos positivos do SUS


  • Universalidade: qualquer pessoa pode ser atendida, sem distinção.
  • Gratuidade: consultas, exames, cirurgias, vacinação, tudo sem custo direto.
  • Abrangência: está presente em todos os municípios do Brasil.
  • Reconhecimento internacional: é referência em campanhas de vacinação e transplantes.
  • Farmácia Popular: acesso gratuito ou com desconto a medicamentos essenciais.



Pontos negativos do SUS


  • Falta de investimento: recursos escassos comprometem o funcionamento.
  • Infraestrutura precária: hospitais e postos muitas vezes sucateados.
  • Longas filas de espera: especialmente para consultas com especialistas e exames.
  • Desigualdade regional: o Nordeste sofre mais com escassez de médicos e estrutura.
  • Desvalorização dos profissionais: salários baixos e sobrecarga.


domingo, 8 de junho de 2025

BONINAL, BAHIA — conheça

Imagem ilustrativa 


 Boninal é uma cidade pequena, localizada na Chapada Diamantina, interior da Bahia. Tem cerca de 12 mil habitantes e uma vida que corre num ritmo lento — às vezes, lento até demais. A economia gira em torno da agricultura familiar, da pecuária e dos empregos públicos. O comércio é modesto, o turismo é pouco explorado, e o que move a cidade, de verdade, são as tradições culturais, os festejos religiosos e a política que insiste em se alimentar da ignorância coletiva.


É um lugar onde quase todo mundo se conhece. Onde os sobrenomes se repetem, as histórias se cruzam e as oportunidades se concentram. Onde a sensação de pertencimento existe, mas a de crescimento… não. Porque Boninal está estagnada.


Sete meses. Esse foi o tempo necessário para que eu enxergasse o que muita gente daqui finge que não vê. Boninal é um exemplo vivo de como o tempo pode passar e quase nada mudar. É uma cidade parada. Estancada num ciclo vicioso onde a política não serve à população — serve a ela mesma.


Vamos falar do posto de saúde? Um dos mais utilizados pela comunidade está a mais de 10 km de distância. Um absurdo para quem precisa de atendimento básico, não tem carro e nem estrutura pública pra chegar até lá. Isso é exclusão. Isso é desprezo pela vida.


As ruas? Tem rua com calçamento iniciado e abandonado, como se a obra fosse só uma encenação. Começam, fazem barulho nas redes sociais, somem. Nenhuma explicação. Só buraco, lama e poeira. A obra do hospital então… é um capítulo à parte. Começaram há anos, prometeram mil vezes, e até hoje não concluíram. Enquanto isso, quem precisa se vira como pode. Porque depender do sistema aqui é o mesmo que depender da sorte.


Quer trabalhar? Boa sorte se não for parente ou amigo dos mesmos de sempre. Os empregos giram entre panelinhas. Já os ônibus escolares, que deveriam oferecer segurança, são velhos, caindo aos pedaços, com monitores despreparados e um trajeto absurdo que deixa crianças a mais de 2 km de casa. Isso é transporte público ou abandono disfarçado?


E a Coelba? Essa é campeã de desrespeito. Tem pedido de extensão de rede elétrica esperando há mais de um ano. Um ano inteiro sem resposta. Como se gente pobre não tivesse direito a energia.


Mas aí vem o São João e a prefeitura gasta alto com cantor famoso, som, palco, camarote. Pro show tem verba. Pro essencial, só desculpa. É a cultura do barulho e da maquiagem pública.


A tal “Academia dos Idosos”? Passei por ela. Estrutura vazia. Nenhuma atividade acontecendo. Mas os bajuladores estavam lá, sorrindo como se tivessem entregue uma revolução. É enfeite pra parecer ação. E só.


Fizeram uma ciclofaixa no meio do mato, mal iluminada, mal pensada. Enquanto isso, a comunidade de Guaribas — onde realmente se caminha e se pedala — segue esquecida. Teria sido muito mais útil e barato levar a ciclofaixa pra lá. Mas pra que pensar no que serve, se dá pra fazer o que aparece bem na foto?


A cidade não cresce. Boninal não anda. Os projetos públicos não atendem quem mais precisa. Criaram um programa pra distribuir frutas e verduras — boa ideia. Mas péssima execução. Subestimaram a demanda. A organização foi desastrosa. E os mais vulneráveis — mães solo, idosos, pessoas com fome real — ficaram por último.


Em Guaribas, o problema da água é uma novela. Casas da parte baixa ficam dois, três dias sem uma gota, enquanto outras têm abastecimento normal. Isso não é só desigualdade. É má gestão escancarada.


A coleta de lixo não atende com frequência as casas mais afastadas. É obrigação da prefeitura. Mas parece que a obrigação aqui só vale pro eleitor, nunca pra quem foi eleito.


O que dizer dos cães de rua? Proliferação absurda. Nenhum projeto de castração, nenhuma clínica, nenhuma campanha. Já vi quatro cadelas darem cria nos últimos meses. Filhotes largados, doenças se espalhando, e todo mundo age como se fosse normal.


E as donas de casa? Estão invisíveis. Sem incentivo, sem projeto, sem alternativa de renda. Dependem do Bolsa Família porque ninguém se preocupa em dar outra opção. A juventude? Abandonada. Nenhuma campanha decente sobre gravidez na adolescência. Ouvi falar de um caso gravíssimo: um homem preso por engravidar uma criança de 10 ou 11 anos. E o que me revolta não é só o caso — é o silêncio em volta dele. Aqui, sexo ainda é tabu. Muitas mães, mesmo sendo modernas, não sabem como conversar com as filhas. E a escola? Se cala. O resultado é uma geração de crianças grávidas de outras crianças, dependendo de ajuda do governo, vivendo sem referência.


Imagina se essa cidade não tivesse prefeito? É só uma ideia de como isso aqui pode ter sido antes.

Se as decisões fossem tomadas por todos, em comum acordo?

Se os gastos fossem publicados?

Se os projetos fossem concluídos?

Se as obras fossem rápidas e eficientes?

Se o atendimento fosse justo, educado e organizado?


Qual seria a qualidade de vida dos idosos dessa cidade?

Qual é a renda média das mulheres?

Quantos estão desempregados?

O que tem sido feito a respeito?


Nada.

Boninal parece estar confortável na própria estagnação.

E enquanto a cidade dorme, quem tem consciência fica insone.


sexta-feira, 6 de junho de 2025

Somos escravos de sonhos que não sonhamos

Nem tudo que você deseja é seu — às vezes é só o sistema usando sua cabeça.



 Carro, celular, banco, bebida… tudo é apresentado como essencial. Mas no fundo, são desejos implantados. Propagandas fantasiadas de necessidade. O consumo se tornou religião e o estilo de vida, uma coleira. A maioria sonha com o que viu numa vitrine ou no feed. Nada disso é genuíno. É apenas combustível para um sistema que precisa de gente desejando coisas que não precisa — pra continuar girando, sugando tempo, energia e identidade.

E no fim do dia? A engrenagem revela seu lado mais raso: tudo gira em torno da validação. Do sexo. Da conquista. Da imagem. Homens fantasiam carros não pela função, mas pela ideia de que isso abre portas para o prazer. E não é mentira. Muitas mulheres ainda se colocam como prêmio de consumo, como se um banco de couro justificasse a entrega do próprio corpo. Não julgo, mas observo: isso diz muito mais sobre o vazio que tentam preencher do que sobre o objeto em si.

A desculpa biológica vem sempre pronta: dizem que mulheres “preferem homens com status” e que homens querem “o máximo de mulheres possível”. Mas essa explicação rasa ignora o peso cultural da desigualdade histórica entre gêneros. Essa não é a natureza humana, é o condicionamento. Desde cedo, homens são ensinados a medir valor por poder e acúmulo, e mulheres a vender afeto em troca de segurança. O desejo foi manipulado, doutrinado, dirigido. Quando você repete que isso é “natural”, só está normalizando uma estrutura que favorece os mesmos de sempre — e que nunca foi neutra, nem justa.


Chamam esse tipo de pensamento de ideologia , mas o fato mesmo é o mundo onde a única coisa que funciona é o acúmulo. Onde poucos têm muito e muitos não têm nada — e ainda são convencidos a agradecer por isso. O comunismo não falhou, ele foi sabotado. Assusta justamente porque propõe redistribuição num sistema que sobrevive do desequilíbrio. Não é utopia achar que todos merecem acesso ao básico, é delírio acreditar que só é possível viver bem às custas do sofrimento alheio.


Dizer que “na prática não funciona” é fechar os olhos para o fato de que o capitalismo também não funciona — a não ser que você esteja no topo da cadeia. Enquanto isso, há gente morrendo de fome ao lado de supermercados lotados. A verdade é que ideias saudáveis incomodam porque desmontam privilégios. E liberdade real exige confronto com as verdades que preferem esconder sob o tapete do conforto.

Não sonho com o que me mandaram sonhar. Isso não é comunismo, é lucidez. A liberdade começa quando você para de confundir ter com ser.

Em fim vou dormir. Que é de graça, e ainda me protege dos delírios do sistema.


quarta-feira, 4 de junho de 2025

Perdão é só um Ctrl+Z



Porque às vezes, o perdão não passa de um atalho elegante pra repetir o erro — com bênção inclusa.


 Perdão é aquele negócio que a gente romantiza porque dá status de alma elevada. Um tipo de medalha invisível no peito: “olha como eu sou evoluído, eu perdoo até quem me chutou no chão”. A verdade? Perdão virou só um Ctrl+Z espiritual — uma tecla mágica pra apagar a culpa, sem ter que lidar com as consequências. Mais uma mentira bonita pra aliviar a consciência e seguir pecando com categoria.

A indústria do perdão opera no modo fast-food: tudo rápido, superficial e cheio de conservante emocional. Não tem nem digestão. Você mal foi ferido e já é pressionado a “seguir em frente”, “entender o lado do outro”, “liberar o perdão pra não adoecer”. Como se curar fosse sinônimo de ignorar. O agressor agradece, claro — afinal, poucas coisas são tão convenientes quanto um coração mole e espiritualizado.

Pedir perdão hoje em dia virou um ritual performático. Gesticula com as mãos, lacrimeja no canto do olho, emite um “eu não sabia o quanto te machuquei” com voz trêmula e... pronto! Reset moral ativado. E o melhor: se a vítima perdoa, ainda sai como a iluminada do rolê. Se não perdoa, vira a amarga, a rancorosa, a que “não superou”. Que conveniente, né?

O perdão virou capital emocional. A gente distribui como se fosse doce em dia de Cosme e Damião, esperando que o universo dê pontos de luz e um pix de karma positivo. Enquanto isso, quem perdoa demais vira depósito de lixo emocional, enchendo o HD da alma de mágoas “resolvidas” que só foram jogadas pra debaixo do tapete.

E não, isso aqui não é uma ode ao rancor. É só um lembrete de que perdão sem consequência é só permissão camuflada. Perdoar alguém que não muda é como assinar contrato de burrice afetiva vitalícia.

Então, da próxima vez que alguém pedir perdão com voz mansa e olhar de cachorro que caiu da mudança, pergunte: você quer mesmo se redimir... ou só garantir que pode errar de novo com um pouco mais

 de calma?

Entre o corpo e a alma— Resquícios

Sentir, logo cedo, o pulsar do meu coração mais acelerado que antes. Ao abrir os olhos, percebo mais um lindo amanhecer. Estou imóvel por um...